segunda-feira, 9 de abril de 2012

A HISTÓRIA DA JUVENTUDE ESCRITAS NAS JMJ’S

            Continuando nosso itinerário preparatório para a JMJ do Brasil em 2013, vamos entender melhor sua história, afinal, entendo a história é que vamos conseguir vivenciar melhor 
os seus frutos no presente.

            Sendo assim, começamos a nossa viagem em Roma, mas precisamente no ano de 1984. Nesse ano o Papa João Paulo II convida toda Igreja para celebrar o “Jubileu Internacional da Juventude” no domingo de Ramos. Mais de 300 mil jovens de todo o mundo responderam ao convite do papa e celebraram nesse dia o seu jubileu, que teve inicio com a Via-Sacra no Coliseu e em seguida a Missa na Praça de São Pedro.
            Na véspera desse evento, o papa disse aos jovens “que espetáculo magnífico ofereceis, vistos deste palco. Quem disse que a juventude de hoje não se interessa pelos valores?” E foi com essas palavras que João Paulo II entregou os mundo um grande símbolo, uma grande cruz de madeira, que mais tarde se chamaria a Cruz da Jornada Mundial da Juventude, que nesses tempos, temos a graça de tê-la percorrendo os rincões do Brasil. E é aqui que começa uma grande “jornada”...
            No ano seguinte (1985), as Nações Unidas declararam o “Ano Internacional da Juventude”. Como a Igreja sempre é atenta aos apelos do mundo, sentiu-se a necessidade de se organizar um outro encontra da juventude com o papa, algo que aconteceu no domingo de Ramos do mesmo ano, com a presença de 250 mil jovens na cidade de Roma. Depois desse encontro, o sumo pontífice anunciou que as Jornadas Mundiais da Juventude aconteceriam periodicamente. Assim ele dizia no dia 07 de abril de 1985: “No domingo passado, encontrei centenas de milhares de jovens, e a imagem festiva de seu entusiasmo ficou profundamente gravada na minha alma. Meu desejo de repetir essa experiência maravilhosa nos anos vindouros, e de criar dessa forma um encontro internacional da juventude no Domingo de Ramos, corresponde à minha convicção de que os jovens estão diante de uma missão cada vez mais difícil e fascinante: a de mudar os mecanismos fundamentais que fomentam o egoísmo e a opressão nas relações entre os Estados e de assentar novas estruturas orientadas à verdade, à solidariedade e à paz”.
            A partir dai, o sonho começou a se tornar realidade... Assim, a Jornada Mundial da Juventude começou a ser celebrada de modo oficial no Domingo de Ramos de 1986, ainda em Roma. A partir de 1987 e posteriormente a cada dois anos, organizou-se a JMJ em algum lugar do mundo.
            Em 1987 os jovens foram convidados para a JMJ em Buenos Aires, e ali reuniram 1 milhão de participantes que escutaram as seguinte fala do papa dos jovens: “Repito ante vós o que venho dizendo desde o primeiro dia do meu pontificado: que vós sois a esperança do Papa, a esperança da Igreja.”. Dois anos depois (1987), 600 mil jovens foram em peregrinação à cidade espanhola de Santiago de Compostela, onde João Paulo II perguntou-lhes: “Por que vieram aqui os jovens dos anos 90, do século 20? Não sentis em vós o espírito do mundo?”
Cruz peregrina dada por João Paulo II
            Dois anos depois (1991) 1,5 milhões de jovens reuniram-se no santuário mariano da cidade polonesa de Czestochowa. Essa foi a primeira vez que os jovens do leste europeu puderam participar da JMJ sem problemas, uma que já tinha sida derrubado o muro de Berlim. E assim João Paulo II exortava: “O Velho Continente aposta em vós, jovens da Europa Oriental e Ocidental, para construir esta ‘casa comum’ que deve contribuir para um futuro de solidariedade e de paz. (...) Para a prosperidade das gerações vindouras, é preciso que a nova Europa se baseie no fundamento dos valores espirituais que constituem o núcleo mais íntimo de sua tradição cultural”.
            Seguinte a dinâmica de encontros a cada dois anos, chegamos em 1993, onde João Paulo II reuniu-se com meio milhão de jovens na cidade americana de Denver. E o papa assim os exortava: “Não apagueis a vossa consciência! A consciência é o verdadeiro coração e a parte sacrossanta da pessoa humana, onde se está somente com Deus... Não tenhais medo de sair às ruas e de dirigir-vos ao público... Não é hora de ter vergonha do Evangelho... Não temais abandonar uma vida confortável e acomodada e responder ao desafio de fazer Cristo conhecido na ‘metrópole’ moderna”.
            O maior JMJ de todos os tempos de deu na cidade filipina de Manila, no ano de 1995. Reuniram-se 4 milhões de jovens que escutaram do papa a seguinte provocação: “Sois capazes de oferecer vós mesmos, vossas forças e vossos talentos para o bem dos demais? Sois capazes de amar? Sim, vós sois. A Igreja e a sociedade podem colocar grandes esperanças em cada um de vós”.
            Em 1997, foi a vez de bela capital francesa (Paris) acolher quase um milhão de jovens que ali se reuniram. Nesse encontro muitas coisas bonitas aconteceram: primeiramente, foi a primeira experiência das conhecidas por nós hoje como as “pré-jornadas”, e posteriormente o testemunho bonito e a exortação de João Paulo II, que dizia: “Vosso caminho não termina aqui. O tempo não para no hoje. Saiam às ruas do mundo, às ruas da humanidade e fiquem unidos à Igreja de Jesus Cristo!"
            Chegamos ao ano 2000, ano jubilar, e consequentemente o Jubileu da Juventude. Em Roma, 2 milhões de jovens reuniram-se para celebrar e cantar o “Emanuel”, o “Deus conosco, o Deus com a juventude. E ali, sua santidade motivava os jovens dizendo: “Jovens de todos os continentes, não tenhais medo de ser os santos do novo milênio! Sede contemplativos e amantes da oração, coerentes com a vossa fé e generosos no serviço aos irmãos, membros vivos da Igreja e artífices de paz..”
            Em 2002, foi a vez da cidade canadense de Toronto sediar a JMJ. Mais de 800 mil jovens ali estiveram para a última jornada do papa dos jovens. Ele mesmo com a saúde muito debilitada, mas demonstrando um profundo amor, dizia: Vós sois jovens e o Papa é idoso, e ter 82 ou 83 anos não é a mesma coisa que ter 22 ou 23. Todavia, ele continua a identificar-se plenamente com as vossas esperanças e as vossas aspirações. Juventude de espírito, juventude de espírito! Embora eu tenha vivido no meio de muitas trevas, sob duros regimes totalitários, tive suficientes motivos para me convencer de maneira inabalável de que nenhuma dificuldade e nenhum temor é tão grande a ponto de poder sufocar completamente a esperança que jorra sem cessar no coração dos jovens.”
            Em 2005 acontece uma coisa inédita: é a primeira JMJ preparada por dois papas, um que reuniu-se com meio milhão de jovens na cidade alemã de Colonia (Bento XVI) e outro que intercedia do céu por cada jovem ali presente (João Paulo II).
            Em 2008 foi a vez de Sidney na Austrália, receber a JMJ. Essa jornada não foi a maior em presença de jovens, porém a presença juvenil naquele período encheu a cidade de Sidney da presença do Espírito Santo, e o rosto jovem da Igreja renovou a Igreja local.
            Em 2011, como sabemos foi a vez de Madrid, Espanha sediar o encontro da juventude da geração de Bento XVI. Mais de um milhão de jovens ali se reuniram e escutaram a seguinte declaração: : “A Jornada Mundial da Juventude em Madrid renovou nos jovens o chamado a serem o fermento que faz a massa crescer, levando ao mundo a esperança que nasce da fé. Sede generosos ao dar um testemunho de vida cristã, especialmente em vista da próxima Jornada no Rio de Janeiro”.
            É isso aí, chegou a nossa hora, a hora de escrevermos a nossa história. Como dizia o pensador D. N. Marinotis: "Quando falamos de história, temos o costume de nos refugiar no passado. É nele que se pensa encontrar o seu começo e o seu fim. Na realidade, é o inverso: a história começa hoje e continua amanhã."
            Por isso, continuemos a escrevê-la, é a hora da JMJ Tupiniquim, que venha logo 2013!
            Até lá.
           

Frei José Alves de Melo Neto, OSJ
            Assessor Pastoral
            j_neto85@hotmail.com
           

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