quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Texto produzido para a conclusão do módulo "Tendências atuais da juventude" da Pós em Juventude da UNISAL

A juventude é uma fase de grandes manifestações artísticas e culturais, embora não se possa falar de uma identidade juvenil, é possível afirmar que este período é um período de muita criatividade, na qual o ser humano possui a necessidade de manifestar seu pensamento e produzir algo de próprio e autêntico. Com isso, se abre espaço profícuo para a arte e a cultura não institucionalizadas, criadas no cotidiano e interior dos pequenos grupos e das pequenas aglomerações juvenis.
As sociedades marcadas cada vez mais pelo capitalismo e pela necessidade de colaborar com o progresso acabam abafando e limitando as oportunidades de manifestação das artes surgidas nos pequenos grupos. E o jovem vai paulatinamente perdendo seu espaço na sociedade, ainda mais quando a
sociedade “adulta” e institucionalizada compreende o jovem apenas como fase transitória e carente de valores e referências.
Por conseguinte, o jovem acaba sendo uniformizado nos conceitos desse sistema, que não consegue olhá-lo em sua individualidade e tenta através de mecanismos institucionais criar uma sociedade de proteção e orientação para aquela que é considerada a fase das incertezas.
Porém, é preciso compreender que a juventude, como fase criativa não se deixa oprimir por esse sistema, mas rompe com as barreiras institucionalizantes para criar espaços nos quais se possa viver e expressar sua identidade e cultura. O desafio maior é compreender a juventude como fase criativa e capaz de produzir, mesmo que a ações juvenis rompam com as categorias clássicas de cultura. Compreender o jovem como protagonista é dar espaço para que ele viva sua realidade e manifeste sua interpretação daquilo que entende por arte.
Somente à medida que se puder desfazer das concepções preconceituosas acerca da juventude como fase de rebeldia e compreender que as transgreções podem ser manifestação de inconformismo e busca por espaço na sociedade é que o jovem será visto como sujeito autônomo e de direitos e capaz de produzir cultura e ser agente transformador e construtor da sua própria história e da sociedade.

Frei Neto, OSJ