EDUCAR OS JOVENS... COMO?
Caros amigos e amigas...
Neste pequeno artigo, tenho a ideia de
alinhar vários eixos que circundam o mesmo assunto: JUVENTUDE. Sempre tendo como foco principal a
JMJ 2013.
Mas não podemos esquecer que como juventude
da província brasileira dos Oblatos de São José, estamos discutindo como eixo
temático para o ano de 2012 o tema EDUCAÇÃO. Portanto, nada melhor que
alinharmos discussões e ampliarmos nossos horizontes em vista de algo muito
importante, a EDUCAÇÃO DOS JOVENS.
São José Marello sempre desejou que seus
filhos espirituais tivesse como objetivo de vida a educação integral da
juventude, e nós cabe a pergunta: como atualizarmos esse seu desejo?
Primeiramente, ampliando o conceito de
educação, pois aqui não falamos apenas da educação formal (bancos escolares,
livros, etc), mas também da educação informal, que é aquilo que fazemos com a
nossa moçada nas nossas Igrejas, pastorais, etc. E com certeza é o que
acontecerá no Rio de Janeiro no próximo ano.
Para que essa educação seja eficaz é preciso
levar em conta a integralidade do ser humano. Quero partilhar aqui uma frase
escrita pelo Irmão Leandro no texto produzido por ele para a VIII Mostra de
Dança de São Paulo: “A inspiração que nos
vem por meio da educação é que o ser humano, apesar de sua complexa estrutura
que envolve conhecimentos, sentimentos, funcionamentos fisiológicos incríveis,
processos de adaptação ao meio em que está inserido, é um ‘ser inacabado’”
(Texto base da VIII Mostra de Dança de São Paulo). A isso acrescento uma frase
dita pelo grande pensador da educação Paulo Freire: “Onde quer que haja homens e mulheres, há sempre o que fazer, há
sempre o que ensinar, há sempre o que aprender” (Paulo Freire).
A partir disso, temos claro que como seres
“inacabados”, os jovens passam por processos de transformação, na qual, com
certeza um dos principais aspectos é a educação, seja ela formal, seja
informal. Para isso o jovem preciso ser educado de forma integral. Para tanto
gostaria de apresentar uma possibilidade de formação integral que é vivenciada
pela Pastoral da Juventude e pode ser apresentada como uma possibilidade de
educação informal para a juventude. A Isso nós chamamos de as CINCO DIMENSÕES DA FORMAÇÃO INTEGRAL.
1. Personalização - Trata-se do conhecer a si mesmo. Assim como
a personalidade não é algo estático, depende de fatores biológicos,
temperamentais, de caráter e do próprio ambiente em que a pessoa vive. Nessa
dimensão, o(a) jovem precisa acolher a própria vida. Procura conhecer-se,
aceitar-se, assumir a si próprio, como também tentar desenvolver suas aptidões
e qualidades, seus sentimentos e interesses em relação aos outros. É a busca de
uma constante resposta existencial: "Quem sou eu?"
2. Integração - É outro passo importante no processo de
formação do indivíduo integral. O relacionamento é algo fundamental para o ser
humano, em especial para o(a) jovem. Ele(a) sempre entra em grupos, precisa
deles para sentir-se gente, importante, útil. Quando trabalhamos com pessoas é
sempre bom lembrar que elas são mais importantes que as normas, objetos e
coisas.No grupo é oferecido um espaço para se ir descobrindo, de modo concreto
e vivencial, a necessidade de realizar-se como pessoa na relação com o outro.
Essa relação gera crescimento, exercita a crítica e a autocrítica como meio de
superar-se pessoalmente e colaborar no crescimento dos demais.
3. Teológica Teologal - Que conteúdo passamos? Em que Deus
acreditamos? Qual nosso relacionamento com ele? Qual a nossa espiritualidade?
Essas são questões contempladas em nossa relação com Deus. Já foi apresentado
algo dentro das motivações da PJ: qual é a proposta de Jesus, qual é a Igreja
que queremos, quem é o Espírito Santo que nos anima, o novo homem e a nova
mulher com os quais sonhamos e qual é a PJ que desejamos construir. Essa
dimensão mística deve colaborar para que o jovem cresça em sua fé. Ajudá-lo a
ter presente consigo o agir de Deus em sua história, em sua vocação mais
profunda de ser filho(a) e irmão(ã), da descoberta de Jesus e da opção em
segui-lo; a possuir o discernimento da ação do Espírito nos sinais dos tempos
de sua história pessoal, grupal, eclesial e social e do compromisso radical de
viver os valores do Evangelho. Aí o(a) jovem descobre a comunidade como lugar
para alimentar e celebrar a vida na fé.
4. Conscientização Política - A terceira dimensão
da formação integral é a dimensão política. Ela permeia todos os nossos
relacionamentos e ajuda a nos organizarmos como grupo. Muito pouco se consegue
agindo sozinho. Precisamos do grupo para atingir nossos objetivos e muitas
vezes as opiniões não batem. Por isso, tomamos partido daquelas que
consideramos melhores. No campo social, a atuação do jovem não é pequena:
ONG's, sindicatos, associações de bairro, partidos políticos, lideranças nas
comunidades, grêmios estudantis, União dos Estudantes.
5. Capacitação Técnica - Existe ainda a relação com a ação que
chamamos de capacitação técnica. A ela cabe a preparação metodológica para o
planejamento, o desenvolvimento e a avaliação da ação transformadora, para o
exercício da liderança e coordenação democrática nos grupos, organizações e
também junto às massas. Trata-se de ser profissional, realizando a missão com
eficácia.
Frei
José Alves de Melo Neto, OSJ
j_neto85@hotmail.com