segunda-feira, 11 de abril de 2011

Identidade... Qual é a Tua?

É comum ouvirmos a expressão: “os jovens de hoje não tem identidade ”.
Mas afinal de contas, o que é identidade? Vamos pensar!
I-den-ti-da-de. Identidade! Palavra oriunda do adjetivo idêntico – perfeitamente igual.
Do Latin identitate. Do Inglês identity. Do espanhol identidad. Do italiano identità. Segundo os livros, identidade é o conjunto de características próprias, com as quais podemos diferenciar as pessoas umas das outras, quer diante do conjunto das diversidades, quer diante seus semelhantes. Também podemos entender identidade como sendo a consciência que uma pessoa tem de si mesma.
Também podemos pensar o que identidade sob os princípios da sociologia, da ciência, da
Logo da VII Mostra de Dança de SP
antropologia, da medicina, da filosofia, do direito...
Diante disso, questionamos:
1. O que nos dá identidade é aquilo que nos caracteriza como iguais ou diferentes?
2. A nossa identificação é algo próprio nosso ou é aquilo que os outros dizem de nós?
E no tocante a nós, o que identifica a nossa juventude?
No contexto histórico, a juventude era reconhecida e identificada pela sua ação e oposição a uma sociedade que buscava oprimir e amputar os direitos juvenis. Foi assim em todo o mundo nos séculos passado.
Basta lembrar a Revolução Francesa (considerada como o acontecimento que deu início à idade Contemporânea que aboliu a servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" entre os anos de 1789–1799), ou a Década de 60 (onde iniciou a grande revolução comportamental, com o surgimento do feminismo, movimentos em favor dos negros e homossexuais, onde ocorreu o Concílio Vaticano II e revolucionou a Igreja Católica, onde surgiram os hippies, iniciaram os protestos contrários à Guerra Fria, a do Vietnã e contra a ameaça de endurecimento dos governos, além da Revolução Cubana na América Latina, levando
Fidel Castro ao poder, a descolonização da África e do Caribe, tudo isso ao som dos Beatles) ou os Caras Pintadas (movimento estudantil brasileiro realizado em 1992 com objetivo principal retirada do posto Presidente do Brasil acusado de corrupção).
Nessas revoluções, os jovens foram protagnistas. E é por conta deste protagonismo das juventudes passadas, que muitos esperam, direta ou indiretamente, da juventude de hoje, as mesmas atitudes. 
Os jovens de hoje são filhos ou netos dos muitos jovens que “lutaram” nessa época. Por conta disso, a atual juventude é rotulada pelos seus pais e avós como uma juventude passiva aos acontecimentos que os cercam pois, pela expeirência deles, a identidade da juventude se dá quando sai à rua para se manifestar e lutar pelos seus direitos.
Duvida? Quem nunca ouviu esta expressão: os jovens de hoje não são mais como antigamente, não protestam, não saem nas ruas, não brigam pelos seus direitos, etc.
Porém, podemos acreditar piamente em tais expressões? Ou devemos questioná-las? Vemos hoje diferentes maneiras da juventude se expressar e, por conta disso, dela há também uma infinidade de maneiras dela ser identificada e se auto-identificar.
O que dizer das várias expressões culturais das quais a juventude faz parte? Skatista, surfista, blogeuirro, roqueiro, pagodeiro, emo, nerd, membro de escola de samba e de torcida organizada, punks, drag queens, skinheads, rappers, góticos, grunges, rockabillies, twiteiros, hippies, rastafaris, metaleiros... Não seriam estas formas da juventude se expressar e de se identificar, o seu jeito de fazer revolução?
Estas expressões nós fazem refletir que a juventude busca se afirmar num mundo pósmoderno
que prega a subjetividade como forma de expressão mais concreta. É por isso que nos deparamos com a realidade de jovens que tem mais de 1.000 amigos
no Facebook, que lideram o ranking de mais seguidos no Twitter, mas que são incapazes
de construir relações concretas de amizades no mundo real.
Por isso, diante desse mundo que massifica e que oprime as verdadeiras expressões
juvenis, quais serão os melhores caminhos para a juventude buscar sua identidade?
É justamente isso que a VII Mostra de Dança te condida a discutir!
Vamos juntos escutar este questionamento que ecoa do coração dos jovens e que gritar
aos quarto cantos da terra: Identidade, qual é a tua?

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